terça-feira, 17 de abril de 2012

Dona Baratinha

vassoura varrendo
Era uma vez uma baratinha que varria o salão quando, de repente, encontrou uma moedinha:
baratinha contentemoedinha- Obá! Agora fiquei rica, e já posso me casar!
Este era o maior sonho da Dona Baratinha, que queria muito fazer tudo como tinha visto no cinema:
noivos se beijando com Cupido
Então, colocou uma fita no cabelo, guardou o dinheiro na caixinha, e foi para a janela cantar:
baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?notas musicais
Um ratinho muito interesseiro estava passando por ali, e ficou imaginando o grande tesouro pote de ouroque a baratinha devia ter encontrado para cantar assim tão feliz.
Tentou muito chamar sua atenção e dizer: "Eu quero! Eu quero!" Mas ele era muito pequeno e tinha a voz muito fraquinha e, enquanto cantava, Dona Baratinha nem ouviu.
Então chegou o cachorro grande, com seu latido forte, foi logo dizendo: - Eu quero! Au! Au!
Mas, Dona Baratinha se assustou muito com o barulhão dele, e disse:
- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!
E o cachorrão foi embora.
O ratinho pensou: agora é minha vez! Mas...
elefante
- Eu quero, disse o elefante.
Dona Baratinha, com medo que aquele animal fizesse muito barulho, pediu que ele mostrasse como fazia. E ele mostrou:
- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!
E o elefante foi embora.
O ratinho pensou novamente: "Agora é a minha vez!", mas...
Outro animal já ia dizendo bem alto: "Eu quero! Eu quero!"
E Dona Baratinha perguntou:
- Como é o seu barulho?
puma- GRRR!
- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!
E vieram então vários outros animais: o rinoceronte, o leão, o papagaio, a onça, o tigre ... A todos Dona Baratinha disse não: ela tinha muito medo de barulho forte.
E continuou a cantar na janela:
baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?notas musicais
Também veio o urso, o cavalo, o galo, o touro, o bode, o lobo, ... nem sei quantos mais.
A todos Dona Baratinha disse não.
Já estava quase desistindo de encontar aquele com quem iria se casar.
Foi então que percebeu alguém pulando, exausto de tanto gritar: "Eu quero! Eu quero!"
ratinho se esgoelando
- Ah! Achei alguém de quem eu não tenho medo! E é tão bonitinho! - disse a Dona Baratinha. Enfim, podemos nos casar!
Então, preparou a festa de casamento mais bonita, com novas roupas, enfeites e, principalmente, comidas.
Essa era a parte que o Ratinho mais esperava: a comida.
O cheiro maravilhoso do feijão que cozinhava na panela deixava o Ratinho quase louco de fome. Ele esperava, esperava, e nada de chegar a hora de comer.
ratinho verde de fome
Já estava ficando verde de fome!
cozinheiro destampando panela grande
Quando o cozinheiro saiu um pouquinho de dentro da cozinha, o Ratinho não aguentou:
- Vou dar só uma provadinha na beirada da panela, pegar só um pedacinho de carne do feijão, e ninguém vai notar nada...
Que bobo! A panela de feijão quente era muito perigosa, e o Ratinho guloso não devia ter subido lá: caiu dentro da panela de feijão, e nunca mais voltou.
Dona Baratinha ficou muito triste que seu casamento tenha acabado assim.
No dia seguinte, decidiu voltar à janela novamente e recomeçar a cantar, mas...
Desta vez iria prestar mais atenção em tudo o que era importante para ela, além do barulhão, é claro!
baratinha cantandonotas musicais- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?notas musicais
                                                                     FIM

Era uma vez uma menininha chamada Nathalia.
Tinha cabelos dourados e olhos muito azuis. Era uma garotinha muito esperta , alegre , carinhosa e gentil , mas tinha um  medo terrível de raios e  trovões.

Sempre que estava para chover, Nathalia ficava atemorizada.
Ela e seus pais foram passar o final de semana na casa dos avós.
 
Ao chegar, Nathalia correu a abraçar Billy , o cãozinho  da casa e seu grande amigo. Os dois correram pelo pátio e se divertiram muito até o momento  em que se ouviu um trovão.

Nathalia ficou séria e correu pro colo da vovó com lágrimas nos olhos.
 


Sua avó a abraçou e sussurrou no seu ouvidinho
- Tenho uma linda história para te contar.
Queres ouvi - la ?
- Simmmmmmmmm...quero vovó, por favor.

A vovó, então sentou-se  defronte a uma enorme vidraça que as manteria protegidas da chuva e lhe  contou esta historinha.
 -  Quando Deus criou o mundo , Ele pensou em cada detalhe. Não esqueceu de nada. Nadinha mesmo ! As pessoas...as plantas ...os animais...o sol...a lua...as nuvens no céu...os rios..os mares....o medo...a alegria...o respeito...
Em cada coisa que puseres teus olhos estarás vendo a mão do Papai do Céu.
Queres ver como funcionam algumas coisas?

- Quero sim, vovó! Por favor me conta tudo, pediu Nathalia

 - Vamos ver..., falou a vovó , olhando pro céu. 
- Que tal falarmos sobre as nuvenzinhas?

Olha só...algumas estão branquinhas ...as outras estão escuras...
Sabes o que elas estão fazendo?
- Não posso nem imaginar, o que elas estão fazendo, respondeu Nathalia.
- Estão esperando uma ordem  do Papai do céu ...e, então, começarão a despejar água sobre as plantinhas...Vamos ver o que vai acontecer?
    

          
Então muitos trovões e relâmpagos  aconteceram.
Nathalia cobria, ora os olhos, ora os ouvidos  e se abraçava em sua avó quando o barulho era alto demais.
Calmamente a vovó explicou:
 
- Querida, falou vovó - não há o que temer. Papai do céu deu a ordem  e as nuvenzinhas apressaram-se a cumpri-la

Elas são milhares . Ficam muito felizes porque estão fazendo um bem muito grande a todas as  plantinhas...
                                         
 
- Mas porque esse barulho todo? -  argumentou Nathalia
 
Vovó então lhe explicou o seguinte:

- Muitas nuvenzinhas são ainda novinhas, assim como tu. Quando papai do céu lhes pede algo elas correm apressadas e esbarram em tudo que tiver pela frente. Nesta corrida elas derrubam mesas, cadeiras, tudo o mais que estiver pela frente e, quando seus baldes se batem uns contra os outros, nós vemos os clarões que iluminam o céu.
São um pouco estabanadas por serem muito jovens, mas cumprem sua tarefa com muito amor. Podes ver pelas plantinhas lá fora. Após a chuva elas estarão muito mais verdinhas


Nathalia e vovó ficaram abraçadas por longo tempo olhando a chuva, escutando os trovões e vendo os raios ...

 
A menininha nunca mais sentiu medo e sempre olha para as nuvenzinhas com muito carinho...Ela sempre diz  pra sua vovó:
- Puxa vovó, papai do céu é legal mesmo! Quando meu priminho Felipe crescer um pouquinho, vou contar pra ele porque não tenho mais medo dos trovões. Tenho certeza de que ele também não vai sentir medo. Afinal as nuvenzinhas estão só trabalhando!

                                   História de Maria Regina Winterle